Numa altura em que muito se fala de reis e rainhas, vou aqui abordar a Monarquia Gondomarense. A lei de limitação de mandatos implicará que em 2025 – que é já “amanhã”! – a Câmara de Gondomar tenha que trocar de Monarca-Presidente. Não me vou manifestar em relação às escolhas de um partido que não é o meu. Mas o que é certo, e sabido, é que as principais vozes que se têm ouvido sobre a questão da limpeza pública do Município têm sido as de Marco Martins, presidente da Câmara, e de Nuno Fonseca, a esta data presidente da Junta de Rio Tinto. Os contratos de limpeza dos espaços públicos foram assinados em julho, em Gramido, na presença de uma Ministra do atual Governo. Sorridentes todos assinaram a papelada. Gondomar, diz-se, terá sido o primeiro município a assumir este processo de descentralização. Ainda bem! Desde que... se efetive... tenha resultados práticos... e nos poupe de ouvir um presidente da Câmara quase sempre “queixinhas” e a resmungar com os (seus) passados e com quem não cumpre ou não cumpriu. Ora se alguém não cumpre, há que o chamar a atenção e obrigar a fazê-lo. Se um meu fornecedor falha um serviço, além de manifestar o meu desagrado posso não saldar a respetiva conta e, futuramente, deixará de fazer parte dos meus contactos. Ora o presidente da Câmara de Gondomar não é assim. Faz “queixinhas”, justifica-se nas redes sociais com os contratos aos quais está “atracado” e, na prática, faz pouco. Ou nada. Quanto ao presidente da Junta de Rio Tinto, começo a estranhar este súbito assumir de algum protagonismo e indicação como suposto porta-voz de todos os presidentes de Junta. Será que acalenta o sonho de lhe vir a acontecer o que aconteceu ao seu antecessor em Rio Tinto no distante ano de 2013? O que é certo é que o PS Gondomar tem feito uma reiterada, financiada e insistente propaganda sobre esta questão da limpeza urbana. Se há tantos anos a referida limpeza estava a ser tão má (como o disse repetidamente o presidente da Câmara), não seria de fazer alguma coisa em relação a tal? Ou, como noutros casos, o partido que gere a Câmara não assume as suas responsabilidades e empurra o assunto com a barriga? Se o presidente da Câmara acha que houve “falhas sucessivas, por parte da empresa Rede Ambiente, no que diz respeito à limpeza das vias e espaços públicos, sarjetas e sumidouros”, então que siga os passos legais e previstos no que estava contratado. Ou as “queixinhas” ficam-se apenas pelas redes sociais? Mas esta é apenas parte do problema! Não nos esqueçamos que além da limpeza urbana há algo que lhe está associado. E, até à data, ainda pouco tenho ouvido sobre a recolha de resíduos. Gostava de saber qual a classificação que o Executivo camarário “dá” a este serviço. E se, daqui a uns anos, vai repetir a novela e as inerentes críticas... De regresso à limpeza urbana e aos porta-vozes... A Câmara delegou. A Câmara assinou algo de “irreversível”. As Juntas rejubilaram. E começaram – não o posso contestar! – a fazer alguma intervenção visível. Mas os meios (humanos e materiais) serão suficientes? Julgo que não. E um bom exemplo é dado precisamente pelo presidente da Junta de Rio Tinto. Às televisões e jornais faz elogios. Depois, internamente, em Assembleias de Freguesia, lá vai encolhendo os ombros e admitindo atrasos e dificuldades no processo. Aliás até chegou a dizer que “somos um exemplo de diálogo aberto e construtivo, capaz de evoluir continuamente, melhorando o passado e prevendo o futuro”. Mas eu preferia mais ação. E menos diálogo.