Formada em 2008 com 11 pessoas na coletividade, a ARCUCRA chegou ao seu fim. José Pinto, presidente da direção ARCUCRA, revelou que a saturação, a falta de respeito e a falta de apoios ditaram o fim da associação.
O VivaCidade esteve à conversa com o presidente da direção da ARCUCRA, José Pinto e com Rui Monteiro, Presidente da Assembleia da ARCUCRA, para perceber o que originou o fecho da associação que faria 11 anos em novembro. Para José Pinto foi difícil suportar a associação durante os 10 anos da sua existência e a saturação teve peso na decisão final. “Foram 10 anos e ao fim de 2 anos nós promovíamos para que aparecessem listas candidatas para darmos vaga a outros. Dois anos passaram, nunca apareceram listas. Passaram-se mais dois anos, voltamos a afixar para concorrerem listas e para tomarem conta da coletividade, mas nada apareceu. Então, haviam já alguns diretores na coletividade que já estavam saturados, nunca apareceram listas e nós também começamos a saturar, porque a família também começou a sentir a nossa falta”.
Para além dos motivos enunciados acima, José Pinto criticou a Câmara Municipal de Gondomar pela falta de apoios, nomeadamente na construção de uma sede que, segundo o mesmo, tivera sido prometida pelo presidente Marco Martins. “Sempre fizemos chegar à Câmara, sempre reclamamos durante estes 10 anos por uma sede. Até que, antes desta última tomada de posse da Câmara, na campanha, o senhor presidente da Câmara, prometeu-nos uma sede. Ele prometeu que se ganhasse as eleições que nos dava uma sede. Conclusão, ganhou as eleições, nós fomos fazer a festa da vitória dele. Em Gondomar encontrei-o lá, no mesmo dia que ganhou as eleições e virou-se para mim e disse “senhor Pinto, prometi, vou cumprir. Eu vou-lhe fazer a sede”. Já lá vão dois anos e sede nada”. A antiga sede da ARCUCRA ficava situada por baixo de habitações e, para José Pinto, o barulho que incomodava os moradores fazia com que não houvessem condições para a realização de certas atividades. Rui Monteiro, presidente da Assembleia da ARCUCRA lamentou o fecho da coletividade e confirmou a impossibilidade de manter a associação em funções. “Lamento termos chegado a este ponto, lamento termos chegado a esta situação e lamento a falta de apoio que tivemos, que nos obrigou a fechar. Nós já aguentávamos isto quando tomamos posse e quando formamos esta associação. É impossível continuar o nosso trabalho porque meteram em causa a nossa dignidade. Depois de tanto trabalho que a gente teve, meter a nossa dignidade em causa é impossível trabalhar e com a falta de apoios das entidades oficiais ainda pior”.
Para os sócios e moradores da Urbanização do Crasto, José Pinto reforçou que “a ARCUCRA não encerrou por falta de dinheiro” e que o dinheiro que sobrou “será entregue na paróquia de Baguim do Monte para que sejam rezadas missas pra todos os moradores falecidos da Urbanização do Crasto”, assim como “os seus valores que foram doados a Nossa Senhora de Fátima serão entregues na paróquia ao senhor Padre”, por ser considerado a pessoa capaz de tomar posse dos objetos. “Nós fechamos não porque ninguém nos derrubou. Nós fechamos porque achamos que já chegamos a um ponto de dizer basta. Nós não vemos mesmo luz ao fundo do túnel e que achamos mesmo encerrar esta coletividade”, concluiu.
Confrontado com as acusações, Marco Martins, presidente da Câmara Municipal de Gondomar, não considera existirem razões para as críticas.
“O único compromisso que foi assumido e foi agora para este mandato era contruir uma nova sede, porque a associação já tem uma sede que é da Câmara. Há um investimento neste momento já aprovado de 900 mil euros para a Urbanização do Crasto. Já fui lá 3 ou 4 vezes à própria sede da associação. Não podem reunir sempre comigo, uma ou duas vezes já o fizeram, devo referir ainda que nem a meio do meu mandato chegamos. ■