Para a edição deste mês do VivaCidade, estivemos à conversa com os quatro candidatos já apresentados para a corrida às juntas da União de Freguesias de Gondomar (São Cosme), Valbom e Jovim. Quanto aos nomes apresentados para as eleições que decorrerão a 26 de setembro, o Partido Socialista (PS) decidiu apostar, novamente as fichas, no atual Presidente António Braz. Quanto ao Partido Social Democrata (PSD), o nome que vai a jogo é Manuel Marques. A vestir a camisola da CDU – Coligação Democrática Unitária- temos, Luís Fernandes. O último candidato apresentado para a disputa é Pedro Ferreira, que irá representar o partido Bloco de Esquerda (BE).
A representar o PS na disputa pelo cargo de Presidente da União de Freguesias, temos novamente António Braz. Para o atual autarca, o que o motivou, novamente a aceitar a proposta do seu partido foi a “Vontade de ajudar as pessoas, tornar a vida das pessoas menos difícil”. Para o candidato, a área social será uma das principais bandeiras da sua campanha, principalmente, agora, por causa da pandemia e dos seus efeitos na sociedade: “Com a pandemia as dificuldades das pessoas têm vindo mais ao de cima e a União de Freguesias tem sido a primeira porta que elas vêm bater. Quer na procura de alimentos, quer na procura de outros apoios pontuais e que nós tentamos procurar responder. Temos que continuar a ajudar a nossa população mais débil”. Sobre o tema, o responsável adianta que, tem projetos direcionados a este quesito, sendo que um deles atinge “Aproximadamente nove centenas de pessoas”. Ainda dentro da área social, outra aposta do representante é a Universidade Sénior, projeto que tem o objetivo de “Tornar mais feliz a vida dos nossos seniores”.
Sobre o seu mandato, Braz explica que a pandemia dificultou o seu trabalho em alguns aspetos, tendo em conta a quebra de receita sentida: “Na nossa União de Freguesias, houve uma quebra de receita, de aproximadamente 7 a 8%, em comparação com o anterior mandato e houve , em simultâneo, um aumento de algumas despesas para responder aos problemas da pandemia. E, isso impediu-nos de concretizar alguns dos projetos ou de os concretizar tão depressa quanto gostaríamos. Estou convencido que se não fosse a pandemia, teríamos sido capazes de já os ter implementado. É minha intenção continuar a lutar por eles e vamos implementá-los no próximo mandato”.
Para o futuro o projeto que destaca é a construção do metro em Gondomar: “Penso que estamos com condições, cada vez mais próximas, que essa nossa ambição, essa nossa vontade seja concretizada. Porque sempre sensibilizamos a Câmara para esta necessidade”. Outro projeto ressaltado, foi a construção do projeto da Multinacional Holandesa, Metyis, que segundo o mesmo, trará à União de Freguesias outra dinâmica, tanto a nível de empregabilidade, a nível de investimento de outras empresas e a nível habitacional. O autarca destaca ainda a obra do Parque Urbano que está a ser realizada no Centro de Gondomar. Na perspetiva do edil, este espaço vai “melhorar a qualidade de vida dos gondomarenses e de outros que nos queiram visitar”.
Quanto a Valbom, ressalta a obra de continuidade do polis até Marecos. Ainda nessa marginal, menciona o crescimento de alguns empreendimentos, entre os quais um hotel nas margens do Douro. Outro objetivo é criar uma ligação entre a Rua Joaquim Manuel da Costa, à Rua Luís de Camões.
No que diz respeito a Jovim, “vamos tentar melhorar as ruas. Requalificamos, neste mandato, as duas escolas e vamos continuar a apoiar algumas Associações para conseguirmos atingir mais pessoas. O autarca faz questão ainda de salientar que, quer em Jovim, quer em Valbom, durante este mandato foi disponibilizado ao serviço da população dois espaços cidadão que são, segundo informação do mesmo, os mais utilizados do concelho de Gondomar e com o maior nível de satisfação”.
Quanto aos resultados das eleições de setembro, refere o seguinte: “Estou com esperança de que os eleitores confiem novamente em mim para mais um novo mandato. Todas as indicações que tenho quando ando na rua é que, efetivamente, as pessoas querem que esta equipa continue. Estou aqui para desempenhar o papel que os eleitores me confiarem, se for a oposição, o que eu não acredito que seja, assim o respeitarei”.
[caption id="attachment_20047" align="alignnone" width="200"] > Pedro Ferreira - BE[/caption]A vestir a camisola pelo Bloco de Esquerda, temos Pedro Ferreira. Natural do Porto, vive em Gondomar desde os seus 12 anos. A proposta por parte do partido, surge quando o candidato foi convidado a ingressar na Comissão Coordenadora do BE de Gondomar e, posteriormente, surgiu o convite para encabeçar a lista à União de Freguesias: “Sempre acompanhei a política e ela esteve sempre presente na minha vida, acompanho o Bloco há mais de 10 anos. No entanto, este é o primeiro cargo politico a que me candidato”.
Na perspetiva do candidato, há ainda muita coisa por fazer nas três Freguesias, segundo o mesmo, “Não colocando totalmente de parte aquilo que foi feito, mas considero que há muito por fazer, há áreas de intervenção que considero que são essenciais, como por exemplo o preço praticado em Gondomar nas facturas da Água, porque é uma das mais caras do país”.
Outro ponto mencionado é a cultura, mais concretamente às Associações Recreativas Culturais e Desportivas na União de Freguesias. Sobre o assunto, o candidato defende que “Elas devem ser acompanhadas, deve haver uma intervenção política no acompanhamento das mesmas, de modo a que elas possam ter mais intervenção junto das pessoas e de modo a que possam oferecer à população a possibilidade de uma participação mais cívica, em determinadas atividades do concelho. Queremos que isto seja descentralizado e que, todas as pessoas tenham acesso à cultura”.
Outra questão apresentada é o ambiente. Pedro aponta para a limpeza e manutenção dos Jardins, “É importante manter um aspeto limpo”, outro ponto referenciado concerne à Rede Ambiente, “Aquilo que verificamos, em alguns pontos das três Freguesias, é que há trabalho que fica por fazer. Nós vemos pontos de recolha de lixo que nem sempre são intervencionados e, isso é um trabalho que deve ser acompanhado pela União de Freguesias”.
O candidato menciona ainda a carência de transportes presente na União, dado que “As freguesias não possuem uma rede de transportes que assegurem as necessidades das pessoas que lá vivem”.
Sobre as eleições de setembro, o candidato sublinha o seguinte:“Nós temos uma candidatura forte. Temos um programa inteligente que vai de encontro às necessidades das pessoas e, por isso estou confiante”.
[caption id="attachment_20048" align="alignnone" width="300"] >Luís Fernandes -CDU[/caption]A vestir a camisola da CDU, temos Luís Fernandes, tem 33 anos, é natural de Jovim, mas reside em São Cosme. Iniciou a sua carreira profissional em 2013, desempenhando vários cargos de coordenação e chefia, sendo que, atualmente, é responsável do gabinete técnico e de desenvolvimento de produto na empresa móveis Induflex. Atualmente, é ativista social e está ligado ao associativismo. Desde 2017 que assume lugar na Assembleia Municipal de Gondomar.
Sobre a União de Freguesias, o candidato refere o seguinte: “O grande problema desta União de Freguesias é a falta de proximidade com a população e o facto de serem três freguesias agravou esta situação”. Depois referencia, os problemas ambientais existentes, “É necessário políticas frontais que vão diretos aos pontos chaves. O ambiente é um dos grandes problemas da década”. Segundo a perspetiva do mesmo, o problema do ambiente acaba por estar interligado com a carência de mobilidade nas Freguesias dado que, a partir de determinados horários, “por exemplo, no alto de Jovim, não existem transportes públicos para o centro de Gondomar e falamos de 3km o que é inadmissível, se queremos melhorar o ambiente temos de dar condições às populações para andar nos transportes públicos, para não falar que irá melhorar as condições de vida dos cidadãos”. Outro problema apresentado pelo candidato é o respeito pelo património material e imaterial histórico e cultural que diverge muito nas três freguesias. Segundo o mesmo é necessário valorizar a tradição pesqueira dos valboeiros, a tradição agrícola e a indústria da ourivesaria. Outro exemplo dado por Luís corresponde a quinta de Atães, sobre este espaço refere o seguinte: “A população tem uma ligação muito profunda com essa casa e neste momento está à venda”. Sobre estas situações de desvalorização patrimonial, o mesmo explica que, há situações que não é da competência de resolução das juntas de Freguesia, no entanto sublinha que , estas instituições, tem o “Seu peso politico” e tem que assumir o “Papel de luta” por estes interesses, junto aos órgãos que tem este poder.
O candidato refere ainda que tem em mente lutar pela desagregação destas freguesias, dado que “São freguesias com identidades diferentes, onde as suas populações não se revêem na agregação. As Freguesias só têm a perder economicamente, porque o orçamento acaba por ser esmagado a dividir pelas três, mas para além disso, temos também a questão da proximidade e de resolução de problemas junto à população”.
Ainda sobre a Universidade Sénior, o representante explica que a mesma deveria ser alargada para as três freguesias do concelho e deixa de estar centralizada em São Cosme. “Sinto-me confiante com a conquista de um bom resultado, quer na Junta, quer no Município, a CDU é a única força política capaz de trazer diferença, é a única força alternativa ao atual executivo e às décadas de más políticas não só pelo PS, mas também pelo movimento do Major Valentim, como pelo PSD, que foram quem esteve a governar e a CDU é a única força capaz porque tem soluções para resolver os problemas e de ter políticas que façam a diferença e que contribuam para o desenvolvimento do concelho. Nós estamos presentes todo o ano e não só nos últimos meses antes das eleições. Nós somos a voz activa da população”, refere Luís Fernandes, o mesmo acrescenta ainda que, a sua confiança para os resultados, tem como base o “Bom coletivo que tenho como equipa”. Luís Fernandes explica ainda que, caso não ganhe as eleições assume o papel na Assembleia.
[caption id="attachment_20049" align="alignnone" width="300"] > Manuel Marques - PSD/CDS[/caption]Natural de Gondomar (São Cosme), há 16 anos que está ligado à política em Gondomar. Já esteve na Assembleia Municipal em 2005 e, posteriormente em 2009. Por opção própria e por motivos profissionais, afastou-se, na altura, da política. Neste momento, voltou à política e é deputado da Assembleia. No entanto hoje, lança-se como cara do partido PSD na disputa pela União de Freguesias. Para Manuel é urgente colocar este território, novamente a respirar, porque de momento encontra-se morto. É importante para o candidato mudar “As mentalidades e trazer para o seio destas três freguesias ideias mais abertas” que façam-na evoluir.
Um dos pontos chaves é transformar esta localidade numa “Smart City”, ao VivaCidade, o próprio refere o seguinte: “Tenho muito conhecimento memorizado que queria colocar em prática com o intuito de ajudar a desenvolver uma instituição como a Junta de Freguesia. No meu ponto de vista, elas tem que ser mais atuais, elas têm que ter preocupações que, neste momento, não têm”.
É nessa linha de pensamento que, Manuel apresentou-nos algumas ideias. O Candidato começa por mencionar o ambiente, visto que, tendo as freguesias limpas e bem ordenadas, dá outra imagem aos que por aqui passam e dá outra qualidade de vida aos que habitam nas mesmas. Outro ponto referenciado é a aproximação dos serviços da Junta aos cidadãos: “Os cidadãos, neste momento, tem problemas gravíssimos e com o final da pandemia, ainda vai ficar mais evidenciado. Há uma quantidade de serviços, quer na área jurídica, quer na área da educação, quer na área da saúde que não estão a ser tratados pela Juntas de Freguesia, quanto à área social, as Juntas já tem desenvolvido algum trabalho, mas acredito que conseguimos chegar ainda mais longe, podemos por exemplo criar Associações de vizinho, que normalmente são utilizadas para negociar com as grandes multinacionais quer de gás, quer de eletricidade e, com certeza que, os cidadãos, vão ver os preços muito mais baixos. Quando eu digo que quero aproximar a junta, é no sentido que ela veja a real necessidade das pessoas e para isso, precisamos de organizar-nos”. Outro ponto levantado é a necessidade de dar formação aos funcionários da Junta de Freguesia para que estes possam, junto ao comércio local, ajudar a impulsioná-los. Para além dos funcionários, o mesmo se aplica aos cidadãos. Manuel refere que as instalações das Juntas são “Excelentes para promover formações à população”.
Ainda dentro do conceito de “Smart Ciy”, o mesmo defende a criação de networking (rede de contactos) com outras localidades nacionais e internacionais: “Tenho em mente a realização de parcerias internacionais, uma rede europeia de Juntas de Freguesia e devido à minha área de trabalho, tenho muito conhecimento em vários pontos nacionais e internacionais.
Com isto a Junta teria acesso direto a fundos comunitários sem ter que passar pelo Governo português ou pela Câmara. Uma instituição como a Junta não tem que ficar apenas à espera de investimento camarário ou central, há outras possibilidades. Há muitas oportunidades que não estão a ser aproveitadas”. Ainda dentro do tema “SmartCity”, o mesmo aponta para um problema “Gravíssimo” de estacionamento em São Cosme: Temos que criar centros, as “Smarts Citys. Eu lutei muito para que este Parque Urbano que estão aqui a fazer fosse o começo dessa grande mudança, isto é, lutei para que colocassem o jardim por cima e, em baixo dois ou três andares de estacionamento, assim libertava todos os carros que estão estacionados na rua. Fazer um investimento de 5 milhões numa coisa como esta, que deve ser o jardim mais caro do mundo, não deve haver outro tão caro como este e, é pena, que não esteja a ser bem aproveitado. Os jovens precisam de andar na rua e não estarem fechados em casa e de momento não há um sitio para os jovens, por exemplo, andarem de skate”.
Quanto aos resultados das Autárquicas, revela que está “Completamente confiante” e, caso não ganhe as eleições, assume o cargo na Assembleia.