O VivaCidade falou com os atuais quatro candidatos apresentados à União de Freguesias de Foz do Sousa e Covelo. Este ano, após o Partido Socialista ter afastado Isidro Sousa da corrida, o atual Presidente da União de Freguesias decidiu lançar novamente o seu nome com a fundação de um Movimento Independente. Assim, ao contrário das eleições das últimas autárquicas, este ano, em 2021, temos a concorrer pela União de Freguesias, dois independentes. Dado que, Armando Paiva, lança-se novamente na corrida a representar o Movimento Independente Contamos com Todos. O novo nome apresentado pelo Partido Socialista, é o segundo da atual lista da União de Freguesias, Silvino Paiva. E, a vestir a camisola da coligação do PSD e do CDS, temos a candidata Rosa Gomes.
Na corrida a representar o Partido Socialista, o nome apresentado é Silvino Paiva que, atualmente, é o segundo elemento da lista do executivo da União de Freguesias. Sobre a sua candidatura, explica que “Muitos são aqueles que reconhecem o meu trabalho, pois sou um “homem do terreno”, que está em contacto permanente com todos os eleitores da nossa União de Freguesias”. Silvino Paiva revela ainda que sempre contou com o apoio do Presidente da Câmara Municipal de Gondomar, Marco Martins, e explica que “por isso mesmo, sou o que reúne as melhores condições para fazer “obra”. Quanto à proposta realizada pelo PS, Silvino afirma que aceitou “Com muita alegria e determinação”. Do seu Plano Eleitoral, o candidato expõe alguns pontos que considera os mais importantes e urgentes a ser realizados: “Defender a construção de mais habitação privada e social, para fixar população, nomeadamente jovens; Apoiar a recuperação do Edifício da Central Elevatória do rio Sousa, contando com a participação das Associações existentes; Criar a Prova Anual de Cicloturismo com a designação dos 3 Rios Douro/ Sousa/Ferreira, a impor-se no plano regional; Apoiar de forma sistemática iniciativas particulares e públicas que promovam a nossa União de Freguesias: Moinhos de Jancido, Sai em rutura com Isidro Sousa: “É certo, que trabalhei com o atual Presidente – mas com muitas limitações que não posso continuar a aceitar, nomeadamente, a difícil relação que ele manteve ao longo do mandato com a Câmara – e que não nos ajuda em nada. Mas quem avalia o trabalho realizado e os novos candidatos é o PS. Interessa lembrar que o atual Presidente, pessoa que respeito no plano pessoal, não conseguiu uma condição fundamental para uma boa governança da União de Freguesias: não conseguiu os consensos necessários para a maioria dos autarcas eleitos aprovarem o Plano e Orçamento, que foram sucessivamente reprovados nos últimos anos pela Assembleia de Freguesia. A nossa União de Freguesias é a única em Gondomar que não tem um documento orientador para sua gestão. E isto é muito grave! É governada aos “impulsos”. Aproveitamos o momento para o questionar sobre o processo que tem pendente? “É uma tentativa de enxovalho muito baixa” e explica o seguinte sobre o processo: “A questão judicial prende-se com a falta de descontos de alguns funcionários para a Caixa Geral de Aposentações (situação que já foi regularizada) que não foram efetuados durante um determinado período de tempo - os principais responsáveis são o então Tesoureiro da Junta e uma Funcionária. Eu não tenho nenhuma conta bancária cativada à ordem do Tribunal. Estou no processo apenas porque era o responsável da Instituição (Junta de Covelo), mas não posso responder pelos atos dos outros que não eram do meu conhecimento. Sou um homem honrado e estou tranquilo!”.
No entanto, o candidato reconhece que provavelmente, terá alguma sanção “Eu sei que sou responsável, isto é a minha opinião pessoal, não é a da justiça porque ela até pode determinar o contrário, mas na minha perspetiva é que vou ter uma sanção qualquer, vou ter que sofrer qualquer coisa”. Se a sanção for muito grave, admito retirar a candidatura.
Para a corrida às próximas autárquicas, Isidro Sousa, atual Presidente da União de Freguesias de Foz do Sousa e Covelo, decidiu concorrer como Movimento Independente, “Esta minha candidatura é especial, não estava à espera de ser candidato independente, sempre pensei que seria pelo PS”. Ao VivaCidade, o candidato revela que já tem a carta preparada para desfiliar-se do partido e explica que o que falhou foi a “Negociação entre o candidato -que sou eu- a Concelhia de Gondomar e a Secção de Foz do Sousa e Covelo. E, no meu entender, o meu segundo da lista, o Silvino Paiva, porque deveria ter sido mais correto comigo. E isso não posso aceitar. Dei quatro vitórias ao PS e, agora, no final recebo este balde de água fria. Às vezes até penso que nem é verdade, mas é”. De momento, Isidro revela que está a preparar a candidatura como independente e explica que encontra-se à procura de pessoas para a lista, mas destacada que “O importante é que estou com uma garra tremenda que não queria estar contra o PS”. “Estou muito magoado com o Partido Socialista. Na minha opinião, foi tudo preparado nas minhas costas e o mais grave é, eu ter sabido de tudo o que estava a acontecer pela oposição. Para mim foi pura traição, que obrigou-me a tomar uma decisão que não estava nos meus planos”, cita Isidro ao ser questionado como se sentia em relação ao PS. O candidato explica ainda que inicia a corrida às Autárquicas mais “Prejudicado”, porque está a iniciar agora o Movimento Independente, “Embora tenha a noção que sou o atual Presidente da União de Freguesias, isso só, não chega e agora, vou ter que começar tudo de novo”.
Os principais pontos do seu Plano Eleitoral passa pelo aumento do cemitério em Covelo, “É urgente, porque já não temos espaço”. Outro investimento que Isidro tem em mente é a realização de um Centro de dia em Covelo, “incomoda-me imenso que as pessoas de Covelo tenham que ir para outras freguesias. A Câmara realizou um contrato de comodato e deu à Junta de Freguesia a escola de Leveirinho e é lá que pretendemos criar este Centro de Dia”. Quanto à Freguesia de Foz do Sousa, uma das ideias planeadas é a construção de um Parque de Estacionamento, com um Anfilteatro, “Num terreno situado entre a Junta e a Paróquia, assim daria apoio às instituições. “Estou convencido que vou ganhar estas eleições como independente. E caso não ganhe saiu da política” o candidato revelou ainda que, caso ganhe as eleições, este será o seu último mandato.
O Movimento Independente Contamos com Todos, lançou o nome Armando Paiva, novamente, à corrida às Autárquicas de 2021. Filho da terra, sempre teve uma vida associativa muito ativa, “Quem participa na vida associativa ainda jovem, mais cedo ou mais tarde, acaba por entrar na política ou, num partido, ou com um Movimentos Independente”. “Este Movimento não foi criado para ser contra ninguém, mas para ser a favor da União de Freguesias de Foz do Sousa e Covelo. Concorremos às últimas eleições e sentimos o apoio da população e, por isso, voltamos a candidatar-nos agora em 2021”. O pretendido por parte do Movimento Independente é dar “Outra dinâmica às Freguesias que, nos últimos anos, não têm tido”. Atualmente, o Movimento está representado na Assembleia de Freguesias com quatro elementos eleitos e ao analisar o último mandato do atual executivo, refere o seguinte: “Este executivo tem vindo a realizar alguns investimentos, porque tem de o fazer, mas faz muito pouco para aquilo que são as necessidades da União de Freguesias. Eles são muito fechados entre eles, não dão abertura às ideias propostas em Assembleia. É uma Junta que funciona à moda antiga. Sou contra isso e nós queremos mudar. Quem se desloca à Junta parece que não se desloca para solicitar um serviço, mas sim para pedir um favor”. O candidato explica que a União de Freguesias precisa de deixar de transmitir esta imagem, dado que “Este é um local que serve para solicitar, exigir e apresentar ideias. Não podemos ser os donos da razão e temos de estar sempre receptivos”. Com a sua candidatura, Armando Paiva deixa assente que o pretendido é “Trazer rigor, transparência e em simultâneo, realizar um aproveitamento dos valores materiais, humanos e financeiros. Porque se houver rigor na gestão dos meios materiais, humanos e financeiros sobra sempre dinheiro para fazer mais coisas. Nos últimos anos, isso não tem acontecido, não há rigor, nem critério. A gestão dos meios materiais, humanos e financeiros é um desastre. Quando somos rigorosos conseguimos alcançar mais objetivos”.
Na perspetiva de Armando Paiva, de momento a freguesia é gerida por dois executivos, “Isso não pode acontecer. Se é uma União, tem que trabalhar como tal”, assim o principal eixo que o Movimento apresenta é a necessidade de organizar a instituição. O segundo eixo apresentado é o facto da União de Freguesias estar a perder população. Para o candidato é importante criar postos de trabalho para fixar as pessoas. É nessa linha que, Armando Paiva, aponta um terceiro ponto que está presente no seu Plano Eleitoral, que é a criação de um Polo Industrial para trazer “pessoas e empresas de fora, as Freguesias de Foz do Sousa e Covelo. Temos potencial para a fixação destes Polos Industriais, mas nada foi feito”, o candidato acredita que com a criação destes polos a União de Freguesias “Irá crescer e a economia irá movimentar-se. Se este projeto não começar a ser planeado agora, continuaremos a ver os outros a crescer e nós a ficar sempre no fundo”. Outro eixo apontado pelo candidato é o do Turismo. Para Armando Paiva, as freguesias tem muito potencial desvalorizado e deu-nos o exemplo do fenómeno conquistado pelo movimento popular dos Rapazes de Jancido, com a requalificação da Rota dos Moinhos. Para o candidato, há outras zonas que estão desvalorizadas, tais como a Praia de Zebreiros, É de realçar o trabalho da Câmara Municipal de Gondomar e não quero dar a entender que a Junta não tem acompanhado, mas tem de ter um papel mais ativo”.
No que concerne aos outros candidatos, Armando Paiva refere o seguinte: “Existe uma guerra dentro do executivo, mas já não é de agora. Talvez de um processo mal gerido por parte do partido, mas é da responsabilidade dele. Serão dois candidatos que talvez estejam a pensar neles próprios, em vez na União de Freguesias. Sou franco, no que diz respeito ao Isidro, acho que ele perde uma oportunidade de sair pela porta da frente, isto é aquilo que entendo. Sobre o Silvino, sou sincero, não entendo como é que um membro do atual executivo que está a aguardar julgamento do tribunal, por causa de um processo de desvio dinheiro da Junta de Freguesia de Covelo, possa ser candidato. Eu acredito que essa não será a melhor forma de credibilizar a política, porque só a credibilizamos com os nossos atos. Eu não quero dizer que o Silvino seja culpa do e o B inocente, isso é o juiz que tem de o decretar, até lá são todos inocentes. Mas apesar de haver a possibilidade de ser inocente, acho que o próprio Partido e o Silvino se deviam resguardar e de dar outra imagem à política, mas até ao julgamento está sempre em cheque. Quanto à candidata do PSD é uma amiga. Não lamento pela candidata, mas pelo PSD em si. Porque um projeto para ser apresentado, não pode ser apenas para quatro meses, mas sim para quatro, oito ou doze anos. Porque se vermos o passado do PSD, quer a nível Municipal, quer a nível da Freguesia, o que acontecesse é que em cada quatro anos, aparece um candidato novo. Eu chamo a isso um projeto a quatro meses, porque aparece a quatro meses das eleições e termina no dia a seguir às eleições. Eles têm que pensar em projetos a longo prazos. Lamento, que o PSD esteja a prestar um mau serviço para a União de Freguesias de Foz de Sousa e Covelo.
A representar o Coligação do PSD e do CDS, entra em jogo, Rosa Gomes, natural da Freguesia de Foz do Sousa, é apelidada pelos que lhe são mais próximos, onde reside, por “Glorinha ou Glória”. Ao VivaCidade, a candidata começa por elencar que a “União de Freguesias, neste momento tem os recursos mal aproveitados. Eu aceitei este desafio no sentido de poder melhorar a freguesia onde nasci, resido e onde pretendo morrer”.
No ponto de vista de Rosa, são vários os pontos que estão a ser mal conduzidos nas freguesias. O primeiro exemplo apresentado corresponde aos recursos naturais, “Houve um grupo de voluntários que demonstrou a quem de direito, que aquela freguesia (Foz do Sousa) tem potencialidade”. O segundo ponto apresentado passa pela exploração do turismo, “Temos a situação do cais em Covelo, onde está o Douro Azul, nós não temos no local nenhum apoio em termos turísticos. Não há um ponto de Turismo”.
Na perspetiva da candidata as Juntas “Estagnaram no tempo” e completa referindo que “Se nós olharmos para uma Junta de Freguesia apenas como um posto político e não nos lembrarmos que é necessário desenvolver a terra com as ferramentas que temos em mão, ela não irá evoluir”. A Advogada defende que deveria ser criado o Gabinete do Freguês, “Porque nas autarquias locais e sobretudo, as freguesias, têm que ouvir as pessoas, porque se não o fizemos, não conseguimos perceber quais são os problemas da Terra. Por isso, defendo que deveria de haver um dia para ouvir as pessoas que, de momento, isso não existe”, a candidata defende ainda a criação de um Gabinete Jovem. “No sentido de divulgar as atividades desportivas e os recursos que temos para que os clubes possam realizar competições. Dou o exemplo do remo, é sempre realizado em Melres ou em Gramido, e porque é que não fazemos na praia de Zebreiros? Se formos a ver foi das primeiras praias em Gondomar. E, mesmo o rio Sousa podia ser mais aproveitado, permitindo assim a prática de outro tipo de desportos radicais”.
Quanto à falta de investimento, Rosa Go- mes, confere que “Apesar do orçamento ser limitado para as Juntas, há os fundos comunitários. Temos que estudar de forma a enquadrar a possibilidade da Junta obter fundos comunitários para desenvolver estas determinadas áreas”. Para a representante do PSD e do CDS, “dois pontos importantes que terá em mente caso ganhe as eleições, “É ouvir os problemas\reclamações das pessoas, bem como dinamizar a freguesia em termos de poder com o intuito de criar meios para a população jovem se fixar lá”. Neste momento, a candidata aponta que a maior carência da freguesia incide no “Acesso a coisas básicas, como um Multibanco que, neste momento, só existe na sede do Sousense”. Rosa continua a constatar que para uma pessoa conseguir ir ao Multibanco na União de Freguesias , está limitada a duas soluções, ou vamos ao Lugar de Jancido, ou a Gondomar e temos que pensar nas pessoas idosas”. A advogada apontou ainda que é necessário “Desenvolver o tecido empresarial e a vontade de investimento em ambas as Freguesias. O comércio local tem que ser divulgado, porque, já que não temos uma grande superfície, como existe noutras freguesias vizinhas, há nas freguesias as pequenas mercearias e cafés e, isso, tem que ser divulgado”.
A candidata reforça ainda que uma característica que vai levar consigo caso ganhe as eleições é a “Persistência” e deixou assente “Que um bom resultado nestas eleições seria sair com um pensamento de que fiz uma boa campanha e que consegui passar a minha mensagem. Costumo dizer que os prognósticos só no fim do jogo. Mas eu vou lutar para ganhar”. Quanto à hipótese de criar uma coligação, Rosa revela o seguinte, “Eu admito fazer coligações, porque sou uma pessoa de consensos, agora se me perguntar com quem, ainda não me debrucei sobre o assunto.”
Atendendo ao facto de que, até ao momento, Rosa Gomes é a única mulher na corrida à Junta, a candidata revela que sente que “É sempre um desafio combater contra homens e se há coisa que não me sinto diminuída é ter que competir contra eles. Eu não vou para as eleições só por ir. Eu vou porque sinto que posso fazer diferença”.