Fânzeres e S. Pedro da Cova Sociedade

“Trabalhamos com os nossos meninos e para eles também!”

Márcia Nogueira e Catarina Correia

O Projeto Escolhas com Futuro, em São Pedro da Cova, pretende potenciar experiências positivas a crianças, jovens e famílias e situações de risco e não só.
Catarina Correia, coordenadora do projeto e Márcia Nogueira, psicóloga e técnica do projeto estiveram à conversa com o Vivacidade.

Em que consiste o projeto “Escolhas com Futuro”?

Catarina Correia: O projeto resulta de uma candidatura ao Programa Escolhas com Futuro.  É elaborada uma candidatura com a entidade promotora, que neste caso, é a Associação Vai Avante de São Pedro da Cova. A Associação viu que era uma necessidade que podiam colmatar na freguesia e quiseram candidatar-se ao Programa. 

O Programa “Escolhas” trabalha com crianças, jovens e famílias de contextos mais vulneráveis. O objetivo é que estas crianças, jovens e famílias consigam transformar as vidas deles, mudar valores, princípios, e proporcionar-lhe experiências diferentes que se calhar sem o projeto nunca iriam conseguir fazer. Temos como propósito potenciar experiências positivas a crianças que não têm essa possibilidade e que estão expostas continuamente a experiências negativas. 

Como é que conseguem potenciar as experiências positivas?

CC: Tentamos responder primeiramente às necessidades das crianças. Apesar de isto não ser um ATL nós potenciamos o apoio ao estudo, por exemplo, porque vimos que era algo necessário. Numa fase inicial não foi fácil porque os jovens não tinham qualquer hábito de estudo e queriam vir para aqui brincar. Agora conseguem entender a importância destes momentos de estudo e já sabem que na primeira parte da tarde têm sempre de se dedicar a uma tarefa escolar, tendo ou não trabalhos de casa. 

Márcia Nogueira: Pretendemos promover o sucesso escolar e combater o insucesso escolar e o absentismo por isso é que intervimos em contexto escolar nas escolas aqui da freguesia, na Escola Secundária de São Pedro da Cova e na Escola Profissional de Gondomar. 

 

Como é que é feita a intervenção a nível escolar?

MN: Costumamos fazer sessões com dinâmicas para ajudá-los a trabalhar as várias competências pessoais e profissionais. Temos duas turmas de SEF e estamos a trabalhar o processo de integração no mercado de trabalho, porque eles vão para contexto de estágio profissional. Intervimos nos bairros da freguesia com atividades lúdicas pedagógicas, trabalhando competências pessoais e interpessoais, que vamos ao longo do tempo percebendo que são uma necessidade destas crianças e jovens. De modo que consigam adquirir os valores corretos. 

O que é que querem dizer por “valores corretos”?

MN: Podemos começar por falar do mais como dizer bom dia ou boa tarde. Tínhamos crianças que não faziam isso e estamos a trabalhar de forma a que se torne algo inerente. 

Como é que conseguem transmitir a mensagem que pretendem através de dinâmicas?

CC: Por exemplo, quando falamos na intervenção dos bairros, fazemos feirinhas de modo a dar a conhecer o trabalho dos meninos. No Bairro Durão Barroso já fizemos um género de “Scape Room” em que eles andavam pelo bairro todo a fazer algumas atividades. Nós tentamos sempre trabalhar os alunos e as famílias. 

O “trabalhar as famílias” é importante para que quando os jovens vão para casa não se deparem com uma realidade diferente?

CC: Sim. Porque há muitos que vão para casa e aquilo que têm lá é o oposto daquilo que tentamos incutir. Nós reparamos nisso porque há familiares que não veem às iniciativas que temos preparadas para eles. Não se importam que as crianças venham, mas eles não dão muita importância. Muitas vezes por falta de interesse. É mais fácil dizer que eles são rebeldes e desinteressados, mas não nos podemos esquecer que os jovens são o reflexo do que têm em casa. É muito importante trabalhar as famílias. 

MN: De realçar que estamos sempre disponíveis para eles e para as famílias, seja para o que for, e tentamos sempre dar ferramentas para que consigam lidar com qualquer situação. 

Qual seria a reação das crianças se isto acabasse, sendo que isto é uma candidatura a um programa que dura até 2026?

MN: Iriam ficar, novamente, sem suporte. Já foi muito difícil para nós ganharmos a confiança dos pais, alunos e da comunidade. Porque nós nem somos daqui da freguesia. 

O que é que uma criança/jovem pode encontrar no Escolhas Com Futuro?

Primeiro uma parte dedicada ao estudo, na altura de aulas, depois temos sempre uma atividade pensada. Por norma tentamos trabalhar temas atuais, agora vamos aproveitar o mês de Fevereiro para trabalhar a violência no namoro, sendo que é o mês do amor. 

Temos pensado um brain storming para perceber o que é eles têm a nível de conhecimento na temática, o que é para eles o amor e o que é para eles a violência. Trabalhamos muito a nível visual, fazemos cartazes, e categorizamos o tipo de violência e eles escolhem o sítio correto de cada categoria. 

Já fizemos uma música com um videoclip e para esta candidatura (ao Projeto Escolhas com Futuro) propusemo-nos a fazer um CD, com quatro ou cinco músicas. Até porque eles sentem-se integrados nesse tipo de iniciativas.

Há alguma mensagem que queiram transmitir à comunidade?

Nós trabalhamos com os nossos meninos e para eles também. É um sítio onde se vão sentir acolhidos e seguros. Vão ter voz ativa num local onde podem desenvolver os vossos talentos e competências. 

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